domingo, 20 de maio de 2012

Anos dourados

Não bastasse ressuscitar Odete Roitman, Viúva Porcina, Ravengar e tantos outros personagens inesquecíveis da nossa teledramaturgia, o Viva (canal de tevê por assinatura) tem fechado suas noites com reprises do Globo de ouro, clássico programa musical que embalou os anos 70 e 80 ao som dos hits da época.

Bom demais rever Lulu Santos considerando justa toda forma de amor; Wando sujando o palco de carmim, fogo, paixão e calcinhas; Fagner perdoando nossos deslizes, ombreiras e penteados; José Augusto navegando sonhos como nuvem passageira, chuvas de verão; Luiz Caldas voando feito abelha pra pousar na nossa flor.

Haja amor.

Melhor ainda lembrar Rosana desfilando – como uma deusa – aqueles figurinos hoje felizmente tão perto das lendas; Cazuza querendo uma ideologia pra viver; o Trem da Alegria ensinando a plateia a jogar ioiô; a rainha Xuxa dançando a festa do estica-e-puxa com seus súditos; o Roupa Nova gritando pra todo mundo ouvir seus versos despudoradamente românticos.

E o que dizer dos refrões e artistas aparentemente deletados da nossa memória? O ilha-ilhá-do-amor-Madagascar-ilha-ilhá-do-amor-Madagascar, da afrodescendente Banda Reflexus; o será-que-ela-me-quer-divina-ou-é-mulher, do Roberto "Arrebita" Leal; o não-está-sendo-fácil-viver-assim-você-está-grudado-em-mim, da Kátia Cega.

Impagavelmente chicléticos.

Tão chicléticos que tenho passado os últimos dias cantarolando obstinadamente cada um deles. Para desespero da Fernanda – já esgotada dos meus solos à Guilherme Arantes.

3 comentários:

  1. é legal ver esse tempo de ouro deles

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  2. O canal Viva é realmente maravilhoso , recordar estas pérolas é ótimo ...
    http://andyantunes.blogspot.com.br/

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