domingo, 5 de maio de 2013

A hora de apagar a velinha

Todo ano é a mesma coisa. Basta maio se aproximar pra pai, mãe, mulher, sogra, irmão, cunhada, amigos, até o poodle da vizinha e o papagaio do zelador começarem o interrogatório sobre o presente de aniversário: o que você vai querer? camiseta? bermuda? tênis? carteira? CDs? DVDs? chocolates? um perfume?

Isso quando não põem o dedo na ferida e perguntam do que estou precisando: meias? cuecas? alguma coisita pro apê?

Ah, e ainda tem a provinha de múltipla escolha a respeito do endereço e afins da comemoração: festinha no play? churrasco na casa dos pais? lanche no shopping? almoço no buffet a quilo? quantos amigos vai chamar? eles podem nesse dia? já confirmaram? cada um paga a sua, né?

É tanta pressão que dá vontade de sumir duas semanas antes do evento e só voltar duas semanas depois.

Mentira: dá nada. É uma delícia ser paparicado pelas pessoas que gostam da gente. Se há uma coisa boa em fazer anos – além de comer bolo e brigadeiro – é ser tratado como o “cara” durante alguns dias. Você se sente o Reymar, o ChatoNaldo, o Thiaguinho Pires, quiçá a Mulher-Pitomba batendo pinta e dando ponto na tevê. Ou será batendo ponto e dando pinta? Whatever.

O fato é: se bobear, até a Regina Casebre te chama prum “Happy birthday to you” – em ritmo de funk ou pagode – no palco do Esfria!

Momento-delírio: o Arlindo Cruzes puxando “E pro Fábio naaaaada?” e a plateia respondendo “Tuuuuudo!”, enquanto invadem o cenário a bateria da Beija-Flor com uma faixa e os dizeres “Beija-Flora”, um trio de repentistas de Campina Grande, o primeiro quarteto sertanejo universitário de Goiânia – resultado da fusão de duas duplas decadentes – e os MCs Coringa, Pinguim e Espantalho.

Onde é que eu faço o sinal do Batman?

Mudando de canal e voltando pro interrogatório: pai, mãe, esposa e etcéteras, seria muito mais fácil tomar uma decisão sobre o presente se as opções fossem mais criativas. Tipo: uma casinha em Orlando pros fins de semana e feriados; uma Ferrari na garagem; um cruzeiro de seis meses pelo Mediterrâneo (de primeira classe, claro); até um ano de supermercado grátis tá valendo.

A comemoração? Que tal um show exclusivíssimo do Paul McCartney ou do Elton John só pra família e amigos na HSBCDEFG Arena?

Outro momento-delírio. Tenho dado turbinas demais à imaginação. Deve ser a época do ano, alguma virose, excesso de amendoim no cajuzinho, sei lá. Agora, sem brincadeira: o que eu quero mesmo, lembrancinhas à parte, é estar junto das pessoas que gosto – falando (mais) besteira, rindo bastante, beliscando uns docinhos, dançando até sem saber dançar. Não importa o endereço.

Se bem que uma recepçãozinha no Copacabana Palace não cairia mal. Coisa simples, sem luxo, low profile – só pros quinhentos mais chegados. 

6 comentários:

  1. Hehehehehe!!!
    Ainda bem que vc esclareceu! Agora já sei que vou acertar com a casinha em Orlando!!
    E vê se me convida pra recepção no Copa, hein?!
    Heheheheh!!!
    Parabéns, amigo querido. Vc merece todos os mimos!
    Bjsssssssssss

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  2. Seu niver foi hoje? O meu foi sexta... não ligo pra festa e nem muito para presentes... o importante é estar bem, independente do ano que passou :)

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  3. Regina Casebre, hahaha. E os artistas gringos, não mereceram nomes criativos como os artistas da fauna brasileira?

    Parabéns pelo aniversário.

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  4. Felicidades a perder de vista!
    O vinho fica mais saboroso com a idade.
    Eu adiciono um ano na minha gostosura no dia 16.
    Lindo texto!
    Parabéns!

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  5. Aniversário é complicado... Sei lá, nunca fui muito feliz nas minhas festinhas.
    Hoje em dia, me dão abraço, parabéns e pronto. Pra mim, isso tá ótimo!

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