domingo, 5 de fevereiro de 2012

Sessão aventura

Os créditos e a trilha sonora de John Williams tomavam conta da sala, o público saía apressado, celulares a postos, luzes acesas, e eu continuava na minha poltrona. Tranquilo, tranquilo. Nem a turma da limpeza e suas vassouras frenéticas me fizeram sair do lugar antes das últimas letrinhas na tela. Como é bom quando um filme nos tira a urgência de voltar à realidade...

Este é o caso do primeiro longa da dupla Steven Dupont Spielberg e Peter Dupont Jackson, As aventuras de Tintim − o segredo do Licorne, que traz o jovem e topetudo repórter criado por Hergé na pista de um tesouro perdido. A ação começa quando Tintim se encanta pela miniatura de um velho galeão, o tal Licorne, e decide comprá-la. Mal sabe ele a história fantástica em que está prestes a se meter, desenhada com uma espécie de tinta-adrenalina à beira da extinção, que dava um colorido divertidamente ingênuo às antigas matinês.

De fato, a primeira cruzada de Tintim na Hollywood do século 21  do motion capture, do 3D, da pipoca pasteurizada − reúne traços de um cinema ainda sem cinismo, cujos tons transpiravam certa inocência. Não por acaso, ela marca o retorno aos good old times de um de seus maiores ícones, o cineasta-aventureiro Spielberg Jones, incansável caçador de arcas e pedras sagradas, que nos últimos tempos parecia condenado ao monótono free shop de O terminal ou soterrado nas trincheiras melodramaticamente burocráticas de Cavalo de guerra.

Voltemos, porém, aos segredos do Licorne − que encontra sua síntese na genial perseguição a três pedaços de papel envolvendo mocinhos, vilões, vários figurantes e até um tanque dentro de um hotel. Uma sequência sem cortes e pudores que vale nosso fôlego. Merece ainda lembrança a passagem em que o Capitão Haddock recorda detalhes importantes de sua história familiar. Não bastasse a edição inspiradíssima − que intercala passado e presente com imensa fluidez , a imagem do navio e do oceano invadindo furiosamente o deserto enche nossos olhos e a telona com uma explosão surrealista.

Combinação friamente calculada de luz, câmera e ação, Tintim vai além da mera descoberta de um tesouro; ele redescobre o cinema como movimento e aventura, à maneira de um galeão de velas içadas ou de um avião que faz da bêbada baforada do Capitão Haddock combustível para uma viagem à terra do puro entretenimento.

7 comentários:

  1. Qeuro ver este filme de Steven Spilberg, cada vez tenho dado crédito a filmes de animação e com um diretor deste calibre com certeza será uma programação e tanto.

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  2. esse filme ta sendo bem falado

    http://rocknrollpost.blogspot.com/

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  3. Eu quero muito assistir a este filme.
    Parabéns pelo texto.

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  4. Você ainda tem pouca coisa no seu blog.Nunca vi esse filme.
    Tô seguindo seu blog poderia seguir o meu?

    http://makeofgirl.blogspot.com

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  5. Estou louca para assistir esse filme, meu irmão assistiu e falou maravilhas.
    Parabéns pelo blog.

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  6. Eu assisti e posso dizer que me surpreendi com o filme...foi muito melhor do que eu esperava...fiquei ansiosa pela continuação...Spielberg acertou de novo...como sempre!!!

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