Ela não possui a força de Hércules, a sabedoria de Atena, a
beleza de Afrodite, a velocidade de Hermes. Não tem laço mágico, braceletes
indestrutíveis, tiara-bumerangue, jato invisível. Jamais foi integrante da Liga
da Justiça, nem estrela de seriado dos anos 70. Em momento
algum – que eu saiba – vestiu shortinho azul com
estrelinhas brancas.
Mas só ela é capaz de preparar as almôndegas mais
suculentas, o bolo de cenoura mais fofo; de coar o feijão diariamente para o
filho que não come o caroço; de acordá-lo aos cafunés no meio da
noite para dar o remédio na hora certa; de não dormir enquanto ele não
chega da balada; de cortar as unhas do seu pé; de lavar suas cuecas; de
ajudá-lo a fazer o cartaz para a escola.
De escutar suas histórias (e ler seus textinhos,
claro) com atenção de fã número um; de enxugar suas lágrimas com paciência
de monge tibetano; de festejar suas alegrias como se fosse as dela; de
repreendê-lo sem chinelos ou cintos na mão quando necessário; de incentivá-lo
feito vascaína na arquibancada mesmo nas pequenas derrotas do dia a dia.
De abraçá-lo em silêncio e dizer-lhe todas as boas palavras
apenas com o coração.
De deixar o fogão, o tanque, o aspirador, o telefone, o
computador, a revista, o livro, o rádio, a tevê, a ginástica, a manicure, a
feira, o supermercado, o shopping, o cinema, a festa, a viagem, o estudo, o
sono, o resfriado, a menopausa, a tristeza, a oração, a amiga, o
marido – ela própria até – para salvá-lo do perigo, para
estar ao seu lado.
Por tudo isso – e por ser a única pessoa a
aparecer quando certa criaturinha desesperadamente gritava "Manhêêêêêêê,
acabeeeeeeei" –, ela merece o beijo mais doce, o abraço mais
apertado, o carinho mais desapressado, o presente mais bonito, a homenagem mais
justa, o agradecimento mais sincero, a alegria mais desejada.
Gostei do texto. Essa super mulher merece.
ResponderExcluirBela reflexão sobre o dia das mães, sobre as mães.
ResponderExcluirBelo texto, essas mulheres são verdadeiras heroínas!
ResponderExcluirLindo. Obrigada.
ResponderExcluir