Não sou um Drummond, mas tirei o dia para sentar naquele
banquinho, de costas para a praia – que o que mais me encanta ali é olhar
a avenida, é ver as pessoas. A vendedora de sanduíche, o craque do futevôlei, o
domador de ondas, a senhorinha do tai chi chuan, o campeão de biriba, o
malabarista do sinal, o turista de longe.
A menina de saia azul festejando o aniversário no Arab com
os amigos, fascinada pelos tabules, kaftas, esfirras, quibes, cuscuzes e outras
iguarias saídas da lâmpada maravilhosa de Aladim.
O bando de tijucanos curtindo a tarde chuvosa sob um
quiosque, rindo, rindo alto – como se a areia vazia fosse a última
piada do mundo –, tomando um porre de água de coco.
O casal japonês tirando mil fotos do calçadão famoso, do hotel
famoso, da estátua famosa, da paisagem famosa, do gari famoso, de um famoso
famoso, até de mim!, famoso ninguém.
A senhorita de moral insuspeita e inabalável bebendo sua
caipirinha, esparramando-se por toda a Atlântica, do Leme ao Posto Seis, sete, oito...
A ganguezinha de meliantes bem-apessoados invadindo a
Trattoria e, de repente, correndo de lá com um carregamento de tortas alemãs.
Os guardas-municipais os deixando escapar por duas, três míseras fatias. Os
donos da cantina chorando no meio-fio o creme de leite derramado. As
ratazanas atravessando a rua até o bueiro da esquina.
Os recém-casados, namoradinhos, singin’ in the rain,
pulando poças, dividindo um guarda-chuva de haste quebrada que o vento quase,
quase levava, passeando à beira-mar, dançando num bar à meia-luz como se
estivessem a sós com o verso que cantavam – como se pairassem à
procura de um bom lugar para amar.
Que eu já encontrei.
Quando fui para o Rio também passei um tempo observando as pessoas na praia de copacabana! O legal é que você consegue ver todo tipo de gente, de todos os lugares imagináveis!
ResponderExcluirQuando eu for, também quero fazer isso. Sou um brasileiro que ainda não conhece o Rio de Janeiro.
ResponderExcluir