Eu não podia deixar junho chegar ao fim sem escrever meia
dúzia de palavras sobre um de seus aniversariantes mais ilustres: Paul
McCartney. Sir Paul McCartney. Ainda esbanjando a
energia de uma queima de fogos à moda de “Live and let die”, o eterno beatle
completou inacreditáveis setenta anos no último dia 18.
Inacreditáveis porque Macca continua explodindo feito
menino no palco. Transpirando o garoto de Liverpool a cada canção. Vestindo o
comportadíssimo terninho sessentista-romântico de “All my loving” com a mesma
elegância dos tempos do The Ed
Sullivan Show. Pilotando a histérica montanha-russa de “Helter skelter” com
a mesma vitalidade das noites no Cavern Club.
Tive a sorte de ver o cara – ele é o – em ação duas vezes: uma em São
Paulo, outra no Rio. E em ambas ficou a certeza de haver experimentado a day in the life.
Pois não é todo dia, infelizmente, que a gente assiste ao
vivo a um dos maiores poetas do século 20 saudando seus fãs com a simpática “Hello,
goodbye”, berrando despudoradamente o refrão de “Ob-la-di, ob-la-da”, rezando os versos de “Let it be”, atravessando uma
vez mais a longa e sinuosa estrada de saudades de “Yesterday”.
Também não é todo dia que a gente abraça
nossa gatinha e sopra em seu ouvido “My love”; que a gente bolera aos passos de
“And I love her”; que a gente ergue o punho e grita mil vezes “Jet”; que a
gente ganha asas ao escutar o primeiro acorde de “Band on the run”; que a gente
voa in the dead of night; que a gente vive “Something”.
Que a gente se torna um dos milhares
de nanananãs de “Hey, Jude”.
Só espero chegar a esses mesmos setenta
aninhos – ainda distantes como Vênus e Marte – com um centésimo
do vigor, do entusiasmo, da vivacidade, da juventude que o Fireman transborda em cada
nota, seja tocando baixo, guitarra, violão, piano, ukelelê, e mesmo na voz,
talhada por décadas e décadas de carreira.
(Ok, Paul, sixty
four já está valendo.)
continua a luta;;;isso sim e gostar de cantar...gostar do que faz...
ResponderExcluirAntes eu pensava que The Beatles era uma banda chata, mas aí me deparei com um conto de Caio Fernando Abreu chamado o Ovo Apunhalado. Logo no início ele nos faz entender que devemos fazer a leitura ao som de "Lucy in the sky with diamond". Baixei a música. Que coisa linda. Uma verdadeira viagem. Se você não leu a este conto, leia, acho que vai gostar. Depois de Lucy vieram as outras. Jude eu já conhecia. Agora gosto muito de The Beatles.
ResponderExcluirTambém tive a felicidade de assistir a um show de Paul McCartney, em Recife, em sua mais recente turnê pelo Brasil, On the run, inesquecível, momento mágico na minha vida.
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