Já
imitou o som dos sabres de luz enquanto duelava com um Sith imaginário? Não?!
Já passou por aquela porta automática do shopping e usou a Força para abri-la? Nunca?!
Já se pegou assobiando mentalmente a Marcha Imperial ao topar com um discurso
fascista, infelizmente tão comum nos dias de hoje? Também não?! Você pelo menos
sabe quem é o pai de Luke Skywalker? Não sabe?!
Então
o sétimo episódio de Star Wars (O despertar da Força) e este texto não
te pertencem. Vejo você na próxima semana.
A
quem ficou: arrepiei todas as memórias de a-long-time-ago
quando aquele logo lindo surgiu na tela acompanhado do tema clássico de John
Williams. De repente, o Han Solo estava lá. A Leia estava lá. O Chewie estava
lá. O C-3PO estava lá. O R2-D2 estava lá. A Millenium Falcon estava lá. Os
stormtroopers estavam lá. Uma superultramegablaster Estrela da Morte estava lá.
O
Jar Jar Binks (ufa) não estava lá.
Merecedor
de todos os aplausos J. J. Abrams é. O diretor conseguiu mesclar o velho e o
novo com equilíbrio. De um lado, respeitou aspectos marcantes da série – a trilha sonora, aquelas “cortinas” fazendo a transição entre as cenas, os
atores vestidos de criaturas alienígenas – e ainda copiou parcialmente a
estrutura narrativa de Uma nova esperança
(desde o droide que cai num planeta desértico até a explosão de certa arma de
destruição em massa). De outro, apostou em protagonistas jovens, capazes
de dialogar com o público adolescente. Destaque para o vilão Kylo Ren (Adam
Driver, mais ameaçador com a máscara e a voz modificada), o ex-stormtrooper Finn
(John Boyega) e a catadora de lixo Rey (Daisy Ridley).
A
moça, de quem ainda não conhecemos a origem, transpira carisma e energia. Uma
heroína que – para horror dos machistas de plantão – não precisa da mão de um
homem para correr. Seus olhos brilham como os dos fãs: enxergam o passado com
reverência e familiaridade. Como se um de nós subitamente fosse jogado no meio
daquelas batalhas entre starfighters e caças do Império (ou da Primeira Ordem).
O
filme guarda ainda duas sequências que rivalizam com as melhores da trilogia
original (e, se o nobre padawan não quiser saber quais são, não ultrapasse o
próximo ponto). A primeira acontece sobre uma ponte, envolve um embate
entre Han Solo e Kylo Ren e é concluída quando a base Starkiller termina de
sugar a energia de um sol, mergulhando o cenário – e um dos personagens – na
escuridão. Já a segunda ocorre numa ilha, dispensa palavras (literalmente) e é cercada
de (re)encontros – inclusive da plateia com um herói lendário. Impossível não
deixar o cinema com os midi-chlorians em ebulição.
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