Daquelas
de auditório. Daquelas que não podem ver um Silvio Santos fazendo aviãozinho
que já decolam os pompons e abrem o baú. Daquelas que não podem ouvir um
Faustão berrando “ô, louco meu!” que já vestem a camisa de força. Daquelas que
não podem imaginar um Gugu na sua casa que já naufragam na primeira banheira
despidas até os neurônios.
Me
lembro do Chacrinha perguntando se queríamos bacalhau. Hoje, numa blackblóquica
manifestação de involucionismo, a gente se contenta com a banana do Neymar.
Já
se sabe que a hashtag mais compartilhada de todos os tempos da última semana (não
vou repeti-la aqui por motivos óbvios: não ganhei cachê) foi peça muito bem
pregada por uma agência de publicidade contratada para agregar valor ao
camarote do craque. Típica pegadinha de malandro. Rá. Campanhaça de marketing
que fez Darwin deixar o túmulo e subir em árvores – seguido por um planeta
inteiro de miquinhos amestrados e macacos de imitação.
Mas
capitalismo pouco é bobagem; capitalismo que se preze é selvagem. Tanto é que,
horas depois de a campanha – revolucionária feito t-shirt do Che – se espalhar
pelas redes sociais, já tinha homem-primata-com-nariz-de-tucano enchendo os
bolsos de potássio graças a uma camisa que estampava não só a hashtag, como a
banana (descascadamente plagiada) do Andy Warhol. Pior: vendida a
suspeitíssimos 69 reais. É ou não é mensagem subliminar de sacanagem das brabas?
Que
as colegas de auditório não me escutem: o mundo anda tão pornograficamente
maquiavélico e globalizado que não me surpreenderia se descobrissem que a ameba
que atirou a banana durante o jogo do Barça fora contratada para tal (ainda que
haja zilhares delas por aí fazendo o mesmo serviço sem cobrar um centavo). E
mais: também não me espantaria se o próprio Daniel Alves, a vítima da vez, já
tivesse ciência do roteiro a ser devorado. Nada mais me soa – desculpem o
trocadilho – inverossímio.
Tb pensei a msm coisa sobre o cara q tacou a banana em campo. #Somostodosbananas
ResponderExcluir