domingo, 5 de janeiro de 2014

Entreouvido por aí

Intimado pelas mensagens empolgadíssimas dos meus dezessete leitores – excitadérrimos com as relembrices da última crônica – e ainda por aquela lombeira macunaímica, resolvi continuar no clima retrô e recordar as historietas mais divertidas que, em 2013, chegaram aos ouvidos deste que vos fofoca. A elas.

O som ao redor
Senhorinha durante reunião de condomínio em bairro nobre do Rio:
– Favor avisarem ao 206 de que não faço a menor questão de saber que ele não tem uma cueca limpa para vestir. Obrigada.
De nada.

Montada no botocudo
Uma amiga acabou de voltar de Natal, a ensolarada capital do Rio Grande do Norte, e me contou, feliz da vida, que mergulhou, kitesurfou, esquibundou e – o melhor de tudo – passeou de bugre nas dunas. Peraí. De bugre? Pode isso, Funai?

Ficção científica
Chegou toda cheia de si:
– O mundo dá voltas.
E ele respondeu sem apelar para exclamações:
– Eu sei. O nome disso é rotação.

A desculpa do magrelo
– Sempre que entro na sua sala você está no Face – reclama o patrão. – Quando é que vou te ver dando o sangue no trabalho?
– Nunca, chefe. Meu peso não permite.


Neurônios cozidos
Aluna se aproxima para reclamar do aquecimento global em seu boletim.
– Hã?
– Isso mermo! Por que meu aquecimento global tá tão baixo?
– Querida, você não quer dizer conceito global?
– É, isso, sei lá... Cê entendeu! Agora me diz, por que tá tão baixo?
– Preciso?

Da série Lições de interdisciplinaridade
“Uma relação baseada apenas em sexo”, disse a especialista, “é como linguagem fática: só serve para testar o canal”.

Numa prova de Ciências em escola carioca
Pergunta: “Cite pelo menos um meio eficaz de prevenção contra a Aids”.
Resposta: “Beber água filtrada”.
Há testemunhas.

Da série Diálogos inesquecíveis das novelas brasileiras 
– Eu encontrei a Paulinha numa caçamba de lixo.
– Você quer dizer que encontrou a Paulinha numa caçamba de lixo?
– É isso que estou dizendo: eu encontrei a Paulinha numa caçamba de lixo.
Só faltou o flashback para provar. Não. Não faltou.

No mais
Que o ano recém-nascido seja repleto de boas histórias, risadas e... trajes limpos para todos. Os condôminos agradecem.

Um comentário:

  1. Texto incrível! Cada dia mais melhores suas crônicas em tal ponto que posso compara com de um comentarista na estação de rádio que eu esculto. Ele comenta bem assim de bom humor e leve! Parabéns!!!

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