Ele vem me assombrar de quatro em quatro anos e tem o
hábito de me derrubar da cama com a delicadeza de um ippon. Mal o sol – dourado feito medalha – cruza a linha de chegada, digo, do
horizonte, e lá estou eu diante da tevê fazendo o sofá de arquibancada. Ou de
sofá mesmo, se a peteca da vez for uma partidaça de badminton entre Tailândia e
Indonésia.
Basta eu piscar os olhos, ameaçar um cochilo que seja e ele
me faz trocar de canal: hora de ver os tenistas dando slices, smashs, drop shots,
forehands e um match point no meu inglesinho de raquete curta. Welcome to Mike Tyson
Island.
No, thanks. Prefiro a
Megan Fox Arena. Onde assisto ao ginasta
brazuca cair de bunda no solo ao som do "Brasileirinho". Jamais um
choro foi tão bem escolhido.
Dou um duplo twist carpado até a cozinha para beber um
refresco, e o encosto me acompanha. Não me deixa sozinho um centésimo de
segundo. Marcação individual. Me lembra de que já vai começar o basquete
masculino. Estados Unidos contra o... a... Sei lá. Não interessa. É jogo de um
time só. Ou de dois, titulares versus reservas. Quem faz mais pontos?
Comigo fazem mais pontos as meninas espanholas do vôlei de
praia. Que saque. Que recepção. Que manchete. E o que dizer da cortada? Ops,
bloqueio. O espírito olímpico é de família.
E me aconselha a cair na piscina para esfriar a pira. Nada
como o nado livre e o de costas para relaxar os músculos fatigados de outro dia
inteirinho de muita torcida e ola. Ai, que preguiça. A lua – prateada feito medalha – sobe no lugar mais alto do pódio e o fantasma enfim
me concede um tempo técnico. Algumas horinhas para recuperar o fôlego.
sem investimentos nunca seremos bons em nada...nao da pra culpar os atletas...
ResponderExcluirbrasileira ta mto mal acostumado
ResponderExcluirsó da parabéns pros campeões
mas não fazem ideia da luta que é chegar até uma competição como essa
lógico que vencer importa, mas o caminho tb tem que contar
ainda mais em um país que investe quase nada como é o nosso