domingo, 19 de agosto de 2012

Sucupirando

Brasileiros e brasileiras  o jingle está no ar. Santinhos caem do céu, inundam as ruas, entopem os bueiros, transbordam a tevê, o rádio, a rede social, enchem a sacola de promessas olímpicas e recicláveis. Enquanto a garizada samba as bachianas e valsa o pancadão feito Zé Carioca. Pra inglês ver. Pra mané dançar até o chão. Prafrentemente.

Nomeiodocaminhomente um bêerretê (busão rápido no trânsito). Ou um eleitor que não achou a passarela da esperança. Que não achou uma ambulância do Samuca. Que não achou um leito pro seu mal. Que não achou rima nem rumo decente pra caravela do Cabral. Que não achou um dotô em greve da greve na sua hora mais exorbitante. Que ainda achou que ia escapar.

Escapa não. Nem do mensalão. Calunismos. Coisa de quem não tem o que fazer. De quem não tem o que votar. De quem não vota o próprio reajuste de quarenta e cinco mil e treze por cento. De quem não compra o próprio paletó. De quem não viaja no próprio eikemóvel. De quem não aparece no próprio gabinete. De quem não aposenta o próprio conchavismo senvergonhista.

Impróprio é lembrar que a capital de duas mil e dezesseis problemáticas tem a sua solucionática cidade da música  das artes e artimanhas também. Onde vive fazendo pegadinha e o escambau o fantasma da ópera do malandro. Detalhe em superslow: a pegadinha acontece apenasmente (e só apenasmente) nos intervalos do escambau.

Quando todo mundo vê e crê. Credo. Quando bem-amados e bem-amadas estão dando aquela espiadinha básica no tchê tchererê tchê tchê da Gabriela. Quando malcomidos e malcomidas estão dando o bolsa-esmola por um tchu, um tchá. Por um tchu tchá tchá tchu tchu tchá. Por um lelelê que seja antes da defuntice compulsória.

Antes de cumprir o pátrio dever de se mudar para o cemitério jamais inaugurado.

3 comentários:

  1. LOL Muito legal, cara. Você manda bem nessas postagens.

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  2. Odorico Paraguassu pode ser totalmente surreal mas não é ... tem muito politico igual ou pior ...e o povo AMA rsrsrrs

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  3. Nossa! Que crítica!!! Enquanto o candidato abraça criancinha, a ambulância não chega, há uma falsa classe média, uma classe baixa vivendo de vale isso vale aquilo, a novela acaba e vale a pena ver de novo... Uma nova sílaba vira modinha.... O carnaval vem... O carnaval vai e deixa suas marcas... E ... Ops... A política ainda não mudou....

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