Os créditos e a trilha sonora de John Williams tomavam
conta da sala, o público saía apressado, celulares a postos, luzes acesas, e eu
continuava na minha poltrona. Tranquilo, tranquilo. Nem a turma da limpeza e
suas vassouras frenéticas me fizeram sair do lugar antes das últimas letrinhas
na tela. Como é bom quando um filme nos tira a urgência de voltar à
realidade...
Este é o caso do primeiro longa da dupla Steven Dupont
Spielberg e Peter Dupont Jackson, As aventuras de Tintim − o
segredo do Licorne, que traz o jovem e topetudo repórter criado por Hergé
na pista de um tesouro perdido. A ação começa quando Tintim se encanta pela
miniatura de um velho galeão, o tal Licorne, e decide comprá-la. Mal sabe ele a
história fantástica em que está prestes a se meter, desenhada com uma espécie
de tinta-adrenalina à beira da extinção, que dava um colorido divertidamente
ingênuo às antigas matinês.
De fato, a primeira cruzada de Tintim na Hollywood do
século 21 − do motion
capture, do 3D, da pipoca pasteurizada − reúne traços de um
cinema ainda sem cinismo, cujos tons transpiravam certa inocência. Não por
acaso, ela marca o retorno aos good
old times de um de seus
maiores ícones, o cineasta-aventureiro Spielberg Jones, incansável caçador de arcas
e pedras sagradas, que nos últimos tempos parecia condenado ao monótono free
shop de O terminal ou
soterrado nas trincheiras melodramaticamente burocráticas de Cavalo de
guerra.
Voltemos, porém, aos segredos do Licorne − que
encontra sua síntese na genial perseguição a três pedaços de papel envolvendo
mocinhos, vilões, vários figurantes e até um tanque dentro de um hotel. Uma
sequência sem cortes e pudores que vale nosso fôlego. Merece ainda lembrança a
passagem em que o Capitão Haddock recorda detalhes importantes de sua história
familiar. Não bastasse a edição inspiradíssima − que intercala
passado e presente com imensa fluidez −, a imagem do navio e do
oceano invadindo furiosamente o deserto enche nossos olhos e a telona
com uma explosão surrealista.
Combinação friamente calculada de luz, câmera e ação, Tintim vai
além da mera descoberta de um tesouro; ele redescobre o cinema como movimento e
aventura, à maneira de um galeão de velas içadas ou de um avião que faz da
bêbada baforada do Capitão Haddock combustível para uma viagem à terra do puro
entretenimento.
Qeuro ver este filme de Steven Spilberg, cada vez tenho dado crédito a filmes de animação e com um diretor deste calibre com certeza será uma programação e tanto.
ResponderExcluiresse filme ta sendo bem falado
ResponderExcluirhttp://rocknrollpost.blogspot.com/
Gostei, mto bom mesmo
ResponderExcluirEu quero muito assistir a este filme.
ResponderExcluirParabéns pelo texto.
Você ainda tem pouca coisa no seu blog.Nunca vi esse filme.
ResponderExcluirTô seguindo seu blog poderia seguir o meu?
http://makeofgirl.blogspot.com
Estou louca para assistir esse filme, meu irmão assistiu e falou maravilhas.
ResponderExcluirParabéns pelo blog.
Eu assisti e posso dizer que me surpreendi com o filme...foi muito melhor do que eu esperava...fiquei ansiosa pela continuação...Spielberg acertou de novo...como sempre!!!
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