Eu não acredito em Deus nem Zeus. Não boto a menor fé em
duendes e fadas. Menos ainda no monstro do Lago Ness, no Papai Noel e no
prefeitinho da minha cidade. Mas
há quem diga que existem mais mistérios entre o céu, a crosta terrestre e o
metrô carioca na hora do rush do que imagina nossa vã teledramaturgia. É. Quem
sabe. Pode to be.
Vejam meu caso: eu queria porque queria casar no último 10
de dezembro, mesmo dia em que casaram meus pais, felizes para sempre.
Superstiçãozinha básica. Não deu. Algum noivo mais neurótico do que este
cético de carteirinha já tinha reservado a data. Resultado: acabei dizendo o
famigerado sim duas semanas antes, num 26 de novembro qualquer.
Qualquer? Eu mal podia supor que esse número sem eira nem
beira fosse invadir meu calendário e etcéteras com (quase) a mesma insistência
que o 13 do Zagallo.
A primeira vez foi na lua de mel e canela em
Gramado, chocolatíssimo paraíso da Serra Gaúcha, que comemorava com
desfiles, fogos e jingle bells seu vigésimo-sexto Natal Luz.
A segunda e a terceira, no escurinho do cinema:
na comédia francesa Românticos anônimos, Angélique e
Jean-René, tímidos a vida inteira, estrelam sua primeira noite de amour num quarto de hotel número 26; em As
aventuras de Tintim − o segredo do Licorne, o jovem repórter e seu cão Milu moram
na rua do Labrador, 26.
A quarta vez foi na volta ao trabalho, na escola em que dou
aulas de Português. Meus adoráveis gremlins − mais conhecidos no meio
como alunos − me aguardavam mui ansiosos diante da sala que
ocuparei o ano todo. O número dela? Preciso mesmo dizer?
E nem vou comentar o fato incrível, fantástico e
extraordinário de o Dia de São Madruga − meu santo de devoção − cair
em pleno 26 de janeiro.
Sei não. Este mundo anda tão estranho. Meu mundo anda tão
estranho. Mágico até. Com muito pó de pirlimpimpim. Com excesso daquelas
coincidências que acontecem em qualquer parte da novela das oito. Eu, que
continuo firmemente não acreditando em Deus, Zeus, duendes e fadas, estou
começando a botar fé nas bruxas.
Pelo sim, pelo não, já acendi 26 velas pra Cuca.
O que é isso meu rapaz? Não existe qualquer metafísica nos números. Por exemplo: vinte e seis é apenas o número de palavras escritas neste texto.
ResponderExcluirHahahaha!! O 26 agora vai ser sempre seu!! E o 13 não é só do Velho Lobo, hein?! Hahahah!!!
ResponderExcluirNOSSA. rsrs' Adoooorei o texto. Achei bem seu e com uma opnião muito legal.
ResponderExcluirParabéns viu .
Passa lá no meu blog : http://flickabooks.blogspot.com/
Estou te seguindo . Me segue ?
Cuidado, veja o filme O Número 23, com Jim Carrey! Suspense com paranóia do número 23. E o filme quase que sai com 26, ehhehehe.
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