E cá estou eu tentando rabiscar qualquer coisa que
valha meio leitor. Mas tá difícil. Muito. Meu nariz anda quase tão
congestionado quanto a Rio Branco na hora do rush em dia de manifestação. Quer
dizer, não anda. Aqueles dois buraquinhos só não estão mais entupidos por falta
de espaço (e quem me conhece, especialmente de perfil, sabe que o que não falta
por estas bandas é espaço).
Portanto, me desculpe se o texto de hoje não ficar
lá essas coisas. É que acabei de voltar de umas miniférias em Maceió e estou
naquela fase de readaptação às condições normais de temperatura e depressão.
Isso mesmo, você não leu errado: depressão. Com dê de desânimo, de desespero. E
um quê de – que é que eu tô fazendo aqui?
Não por acaso, já na véspera do check-out – do
último adeus a todas as mordomias hoteleiras, do café ao serviço de quarto –, minha
garganta começou a me trair. E não demorou uma noite pra juntar as amígdalas
com a primeira febrete de 38 graus que lhe cruzou o caminho. Safadjenha.
Até aí nenhuma novidade. Todo fim de viagem é assim.
Esteja eu voltando de Cabo Frio ou dos Estados Unidos da Cochinchina, os
sintomas são os mesmos. Deve ser uma reação do corpo aos primeiros sinais de
realidade aterrissando no meu Galeão interior, como a conta de luz, a fila do
supermercado, a louça na pia e, claro, o despertador no criado-mudo – entre
outras turbulências capazes de perturbar o voo de qualquer um.
Cá entre nós: depois de passar uns dias brincando de
primeira classe – livre daqueles (fusos) horários que deixam até o estômago
mais saudável com sensação de jet lag –, não é nada fácil voltar à rotina da
classe econômica, em que se desperdiça tempo com afazeres que não passeios de
buggy à beira-mar, visitas a feirinhas de artesanato ou jantares regados a
camarão e água de coco.
A carcaça sente.
E exige um período de quarentena até se recuperar da
súbita abstinência da vida em estado bruto, quase virgem, praticamente intocada
pelos empecilhos do dia a dia; da vida com pé na areia e velas içadas; da vida que
brisa no vaivém das redes, no forrozim das ondas, sem ponteiros tiquetaqueando zilhões
de tarefas nubladas, sem calendários marcando cinco segundas-feiras por semana.
boa sorte e felicidades
ResponderExcluirBoa sorte e melhoras.
ResponderExcluirFábio,
ResponderExcluirMelhoras e Boa Sorte e ainda com a gripe Benegripe rs.
Como é bom viajar!!!!
ResponderExcluirMelhoras e muitas viagens que te inspirem escrever!!!
São sintomas de reação alérgica pela volta à rotina.
ResponderExcluirboa sorte e melhoras
ResponderExcluirEssa dose que humor que você coloca nos textos é genial. O seu corpo não aceita muito a rotina hehe
ResponderExcluirA onda dos selos voltou e tem um no meu blog pra vc, passa lá!
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