Há
seis anos escrevi um texto com o mesmo título. O blog era o Ultramuito, que
ainda deve estar por aí, vagando morto-vivamente na rede. O Sete de Setembro
também caía num domingo, e o blogueiro aqui reclamava do dia sem rodada do
Brasileirão por causa do jogo da Seleção contra o Chile, pelas Eliminatórias da
Copa. O técnico da vez – não, não estamos no set de Feitiço do tempo – era o Dunga.
Tentando
fugir dos clichês verde-amarelos, eu aproveitava a data para listar as coisas
das quais era dependente, das quais não conseguia me libertar nem com o grito
do Ipiranga. O Campeonato Brasileiro era um deles – e continua sendo. A diferença
é que agora, por força das circunstâncias cruzmaltinas, estou viciado numa gramita
mais pesada, com estádios e jogadores muitas vezes reprovados pela Vigilância
Sanitária da Fifa: a Série B.
Melhor
mudar de erva, digo, de assunto.
Naquela
crônica, eu lembrava ainda a dependência que sentia dos Beatles, das almôndegas
preparadas pela mamãe, das doses semanais de cinema, das bobagens faladas com
os amigos mais próximos, dos vídeos raríssimos assistidos no Youtube, das
novidades de Orlando. Tais substâncias permanecem em minha dieta e delas dificilmente
vou me livrar. Já as aceitei como temperos essenciais da vida e pretendo consumi-las
até onde o fígado aguentar.
De
outras, porém, finalmente bradei independência: da novela das oito, por
exemplo. Afora o fato de agora ela ser das nove, não consigo mais me dedicar de
corpo e neurônios a uma história que leva oito meses, seis dias por semana e mil
e um lugares-comuns para chegar ao último capítulo com beijo técnico, casamento
na Igreja de Nossa Senhora do Projac e criança recém-nascida de dez quilos, oitenta
centímetros e diploma do Tablado.
Outra
vitória pessoal, que exigiu muita perseverança e Rivotril, foi ter me curado definitivamente
da compulsão pelas últimas notícias dos outros no Orkut. Atualmente, só trago –
com moderação – o que compartilham no Face. Exceto, pleaaaaase, aqueles joguinhos
para os quais os amiguinhos insistem em enviar convitinhos. Eles (os joguinhos,
os convitinhos, os amiguinhos, não necessariamente nessa ordenzinha) dão uma
raivinha que – que é mais saudável eu deixar pra lazinho.
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