domingo, 18 de novembro de 2012

Skyfall

Uma nota do cinquentenário tema de John Barry: luz. Uma silhueta ao longe: câmera. Um close naqueles olhos azuis: ação.

A primeira sequência de tirar o fôlego, prender a respiração, cortar os pulsos etc. e tal, com requintes de missão impossível (e trocadilho, por favor): carros pá! motos pá! pá! os telhados de Istambul o mercado pá! um trem pá! pá! um trator pá! pá! pá! sock! sock! o túnel pow! pow! pá!

Do tiro certeiro (ou não) para os créditos: Monro Bassey Jones Sinatra Armstrong Bassey McCartney Lulu Simon Bassey Easton Coolidge Duran A-ha Knight Turner Crow Garbage Madonna Cornell White & Keys – a vez de Adele. Me agarro na voz dela enquanto o céu cai e a tela se desfaz em revólveres lápides corpos sombras chamas.

Cá entre nós, para fazer clipe de abertura da série 007, o sujeito não pode ser lá muito certo das ideias. Ou precisa ter cheirado de duas a três pedrinhas de diamantes. Dos bons. Dos eternos.

Por falar neles, suas melhores amigas, as girls (Naomie Harris e Bérénice Marlohe), surgem logo: olhares lábios curvas decotes descartáveis  na batida do martíni perfeito.

Surge ainda o novo Q (o jovem Ben Whishaw), para dar o ar da graça ao filme: uma pistola e um radiotransmissor parecem pouco para quem espera canetas explosivas; mas, acredite, não são.

Como também não é pouco o vilão. Longe disso. Ele entra em cena, rouba a cena, põe o mundo e (o que é bem pior) o Reino Unido em perigo: um Javier Bardem que não é só mais um Silva – inimigo no abismo da (in)sanidade, que não sabe se come ou mata o herói; Coringa sem pó nem batom (ao menos denotativamente), mas com cara e caráter igualmente deformados pelo passado; criatura em ruínas, à beira de um ataque de pelanca sob a peruca louríssima.

E é das ruínas – só que da velha mansão Skyfall – que nasce e renasce o agente secreto a serviço de Sua Majestade, com licença para matar e viajar de primeira classe pelos quatro, cinco, seis cantos mais espetaculares do planeta; explodindo a virilidade, a elegância e – por que não – a sensibilidade de um Daniel Craig a cada aventura mais à vontade nos corredores do MI6.

Seu nome? (Não resisto.)

Bond. James Bond.

5 comentários:

  1. Legal, bostei do post, sucesso no blog.

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  2. Honestamente, não assisti o novo filme mas, tenho que dizer que ainda prefiro Pierce Brosnan. Qdo penso em James Bond na minha cabeça só vem ele.

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  3. Faltaram as mulheres objetos, num mundo "politicamente correto" pelo menos na aparência. Vi um filme antigo no TCM, "007 somente para seus olhos" com Roger Moore, muita diferença, Skyfall é ótimo, mas realmente faltaram as Bond girl, mais sensuais, mais provocantes, afinal é Bond, James Bond. Com certeza o vilão, Javier Bardem, roubou a cena, "M" também perfeita em sua aposentadoria.

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  4. É 007 eu quero ver esse filme ,mas parece que não dará para eu ir ao cinema. Só pela internet mesmo.

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